Muitos de nós reclamam das dores, das dificuldades, dos problemas, das pelejas e das batalhas. Invariavelmente, olhamos para o cenário em que vivemos e, não raramente, vaticinamos: “que governo ruim; que país ruim; que povo ruim; quantas dificuldades aqui e nenhuma ali; como seria bom morar num país de primeiro mundo, sem dificuldades; etc”.
Igualmente, quando olhamos para a nossa família, para a nossa igreja, para os nossos trabalhos e relacionamentos, nos achamos impotentes e incapazes, frente a tantos desmandos e a tantos mandos.
Dizem os fundamentalistas, desejosos de um ecatome escatológico serôdio, que o fim está próximo, e que a terra geme como uma mulher em dores de parto. Afirmo, diante de tsunamis, maremotos, terremotos e boatos de guerra, o fim do governo. Até as televisões, por seus programas, pretendem o anúncio. Eu convido você a olhar por outro ângulo, por outra realidade, por outra forma de pensar!
Imagine, de fato, que se está anunciando, com as dores, o parto! Ora meus amigos, se o filho é esperado e se as dores o anunciam, então é motivo de alegria. Igual sorte merece a construção mental sobre os fatos e acontecimentos que permeiam a nossa nação e o mundo. As dores podem significar uma nova vida, uma nova evolução na mentalidade reprimida do homem.
No capítulo 5 do livro de João, quando Jesus pergunta ao homem paralisado há 38 anos, o que ele quer, ele responde: a vida está difícil, está muito complicado, quando há um
sinal do milagre alguém vai na minha frente; mesmo que eu pense, não dá para mim, pois alguém já tomou o meu lugar.
Note que ele sequer disse o que queria, pois antes de dizê-lo foi tecendo considerações para justificar que aquilo que não foi pedido também não seria atendido, pelas muitas dificuldades em que ele estaria envolvido.
Note outro fato: se ele não escutou Jesus, tampouco Jesus, nesse sentido, o escutou, pois foi logo dizendo: toma o teu leito e anda! No sentido figurado, a palavra “atonia” significa ausência de moral, postura, ética. Se você buscar o sentido ligado à medicina você vai entender que atonia é quando o organismo não tem mais forças para reagir. Penso nas dores do parto, e penso se essas dores são queridas, são pensadas, são desejadas?! Graças a Deus que não!
Penso também nos problemas e nas dificuldades, e se são igualmente ansiadas. É claro que não! Mas com a primeira, uma criança nasce. Na segunda, novo ser, mais forte e mais equilibrado, emerge.
Eu não sei qual é a intensidade da atonia de ninguém. A uma porque não sou médico, e a duas porque só você e Deus podem chegar a um consenso. Mas deixe eu lhe dizer algo muito importante: não entre em parafuso questionando-se o porque disso ou daquilo; porque fulano é melhor ou pior que você? Porque a vida não lhe sorri? Porque entre visitar as cachoeiras do Niágara ou de Itaipú, a sua cama lhe parece mais interessante?
Deixe para os psicólogos o estudo profundo da mente. Quanto a você, bem, você não precisa conhecer profundamente a sua mente, o que ninguém também jamais conseguirá; é engano; você precisa apenas pegar carona nas asas do espírito. Voe para o mais alto e além, pois quando o seu espírito chegar, você chegará lá também.
Como Jesus, não ouça os seus lamentos. Pegue o seu leito, isto é, as suas desculpas, as suas lástimas de conforto, entenda que elas são a sua cruz, pegue-o e siga a ordem de Jesus: ande! Permita-se sentir com muita intensidade as suas dores, e já será uma noticia excelente! Você não sofre de atonia. Já que elas são o prenúncio do parto, então nasça!
Forte Abraço Pr. Orlando Jr.